Páginas

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pizzarias


       Existem três modalidades de trabalho. Algumas têm o salão para que você desfrute da pizza no próprio local, outras têm o salão e as entregas nas residências através de motoboys (“delivery”), as demais têm somente um balcão para retirada e “delivery”.

        O pioneiro em fazer pizzas em Arujá foi o Restaurante Flor da Serra (hoje denominado Churrascaria Chaleira Preta), iniciado pelo Jorge Miura, pai do Luiz Miura. Em seguida veio o Restaurante Arujazinho, fundado pelo Arnaldo Candela, onde hoje é o Centro Comercial Vila Florida. Só depois veio o tradicional Restaurante Costelão que também começou a fazer pizzas.

         Em 1977 o Silvio Estevam resolveu montar uma pizzaria que funcionasse de sexta-feira a domingo. Por sugestões de amigos acabou montando um verdadeiro restaurante de massas que funcionava de terça-feira a domingo com almoço e janta, onde a pizza era o “carro chefe”. Montou o Piattone, na Avenida dos Expedicionários ao lado da Igreja Congregação Cristã, em frente à Arufer. Muita gente não acreditava no empreendimento pois diziam que comércio longe da Via Dutra não iria vingar. Mas tudo deu certo. Às sextas-feiras chegou a fazer 150 pizzas, aos sábados 300 e aos domingos 120, que os clientes vinham retirar ou consumir no amplo salão.

         Silvio, freqüentador de pizzarias no Brás, se inspirou na decoração e no estilo dos proprietários, sempre presentes junto às mesas dos clientes observando a aceitação do serviço.

         Em 1982, o Silvio vendeu o Piattoni ao Dr. Roque, que havia comprado o imóvel. Logo depois surgiram mais duas pizzarias, o La Gôndola e o Tarantella, na região dos condomínios. O Dr. Roque logo vendeu para o Damasceno, que já trabalhava no La Gôndola e tocou até 1987, ao pé da letra, pois tocava acordeon, quando ganhou um bom dinheiro na loteria, comprou um Escort XR-3 conversível, um sítio no interior e largou a pizzaria.

       No dia 26 de Fevereiro de 1990 o Sr. Domenico Cunto inaugurou a Pizzaria San Marco, ao lado de sua casa na Vila Pedroso. Trabalhavam o Sr. Domenico, sua esposa Ana Maria montando as pizzas e os filhos Toni e Cristiane pegando os pedidos. “O salão era pequeno, cabiam 16 pessoas, por isso estava sempre lotado. Mas fornecíamos muita pizza para viagem. Em 1992 aumentamos a capacidade do salão”, diz o Sr. Domenico. No início as pizzas mais tradicionais eram muzzarela, portuguesa, frango, calabreza, aliche e atum, e mais 10 sabores. Hoje já contam com 32 sabores. “A princípio o forno era para 2 pizzas e calculando os custos com o João Cabeça e a Helena na Contabilidade São Paulo, chegamos ao número inicial de 300 pizzas por mês para cobri-los. No primeiro mês fizemos 372. No segundo mês, 700. Em 1993 ampliamos o forno para 7 pizzas, e chegamos a fazer 2.200 pizzas num mês”, diz Toni, filho do Sr. Domenico.

        Em 1996 iniciaram as entregas em domicílio com carro, mas depois veio um motoboy chamado César e o Donizeti, que está na entrega até hoje. “A pizza mais pedida até hoje é a de muzzarela”, diz o Sr. Domenico. Um fato interessante: somente agora a casa vai trabalhar com cartão de débito, antes era só no dinheiro, no cheque e para alguns clientes cadastrados, no “pindura”. “Hoje o “delivery” responde por 80 % do faturamento da casa. Infelizmente no nosso ramo não encontramos pessoas especializadas. Seria interessante trazer cursos para pizzaiolos, garçons, que é uma forma de profissionalizar o mercado”, diz o Sr. Domenico. Nesta e em toda pizzaria consciente toda a madeira utilizada no forno é eucalipto fornecido por empresa certificada pelo IBAMA, de reflorestamento que dá um sabor especial pois é colocada dentro do forno, ao lado da pizza.

         O Arnaldo Antonio Novaes e o Dr. Luiz Antonio de Camargo são amigos e consumidores de pizzas há muito tempo e resolveram abrir uma pizzaria em Arujá em Setembro de 1991, e numa sexta-feira dia 13. Deu sorte, pois o Arnaldo que trabalhava na Norton e morava em Guarulhos, acabou vindo morar em Arujá em 1993. A pizzaria foi aberta ao lado do HSBC, na Av. Antonio Afonso de Lima e lá ficou por 16 anos, com entregas através de motoboys desde o início. O Dr. Luiz Camargo, por ser advogado, optou por deixar o empreendimento com o Arnaldo em 1994. “É muito gratificante ver jovens virem buscar pizzas na Di Palazzo onde freqüentaram a casa crianças de colo com seus pais”, comenta Arnaldo.

          Hoje, localizada na Rua Maranhão, a Di Palazzo também oferece almoço por quilo. No início trabalhava com 15 sabores, mas hoje tem mais de 60 no cardápio. “A Vigilância Sanitária fiscaliza o meu estabelecimento de 3 a 4 vezes por ano. O custo de uma boa pizzaria é muito alto, pois temos que dedetizar de 3 em 3 meses, manter freezers para diferentes produtos (exigência da Vigilância Sanitária), enquanto existem muitas pizzarias clandestinas. O mercado está para todos mas devemos seguir as mesmas normas, sem concorrência desleal. Até a fiscalização nessas horas é falha, pois as pizzarias geralmente abrem após as 18 horas, horário em que não existe fiscalização e muitas delas nem alvará têm. Estas pseudo-pizzarias trabalham com ripas e retalhos de madeiras de construção nos seus fornos que quando queimadas exalam o vapor desta lenha para as pizzas, envenenando-as, quando nós só utilizamos eucaliptos de empresas certificadas”, diz Arnaldo, que há dez anos também dedica o seu tempo como pastor da Assembléia de Deus no Jardim Real.

      Morador desde 1996 em Arujá, Edilson Araujo de Medeiros, depois de trabalhar por muitos anos no ramo de alimentos resolveu ser patrão e montou a Pizzaria Flor da Expedicionários no ano de 2000. Edilson é o próprio pizzaiolo, que seguindo todas as normas impostas pela Vigilância Sanitária e trabalhando com a esposa e os dois filhos montou sua pizzaria somente com retirada no balcão e entrega através de motoboys. “É só gostar do que se faz para ter sucesso”, diz Edilson, que tem em seu cardápio 47 sabores de pizza. “Trocamos a pizza quando não for do agrado do cliente. Já aconteceu do cliente ter pedido pizza de peperone ou aliche para crianças. São pizzas de sabores fortes e o cliente realmente não conhecia os ingredientes”, explica Edilson.

       “Calculo que Arujá tenha de 30 a 35 pizzarias”, diz Neide Vilela, gerente da Pizzaria Don Benaglia desde a inauguração em 2002. O segredo do sucesso é a qualidade dos ingredientes. Não tem sentido economizar neste item. Mantém somente balcão para retirada e entrega com motoboys, sendo o forte das entregas a região dos Condomínios, depois o Center Ville, o Jordanópolis e Nova Arujá.

       “A tendência é que o forno a lenha seja substituído pelo forno elétrico, bem mais ecologicamente correto, pois além de não produzir fumaça, preserva as florestas”, comenta João Mário, dono desde 2007 da única franquia existente em Arujá, a Super Pizza Pan. Aliás, somente depois da abertura da unidade em Arujá se transformou em franquia, com 19 lojas já instaladas no Estado de São Paulo. Hoje João Mário administra juntamente com sua família quatro unidades, sendo mais duas em Guarulhos e outra em Mogi das Cruzes. Viu Arujá como uma cidade em franco crescimento e resolveu investir. Hoje o salão representa 40 % do faturamento, o “delivery” 50 % e o balcão 10%. “O forno elétrico muda o sabor da pizza. Nossa pizza é assada e frita ao mesmo tempo, passando por uma esteira, deixando a massa leve e crocante. O preço é compatível com a qualidade. O empreendimento deu certo e só tenho a agradecer ao povo de Arujá pelo nosso sucesso”, afirma João Mário.

Entrevista:

ODAIR NERIS
MANO’S PIZZARIA E RESTAURANTE

Ponto de Vista: De onde você veio e porque escolheu Arujá para montar seu negócio?
Odair: Eu vim de Limeira. Trabalhei no restaurante Pinguim, em Ribeirão Preto, como pizzaiolo e garçom. Depois fui para o Giovaneti de Campinas e depois para a Cantina Giovani de Guarulhos, onde trabalhei como garçom de dia e pizzaiolo à noite. Em 1996 resolvi montar uma pizzaria em Arujá juntamente com meu irmão, por isso o nome Mano’s.

.de Vista: Porque no Parque Rodrigo Barreto?
Odair: Devido ao preço do aluguel, bem mais barato que no centro. Depois o bairro tem uma população muito grande e que não tinha nenhuma pizzaria. Eu fui o pioneiro. Me instalei na Avenida Armando Colângelo. Logo aluguei uma casa e me mudei para a cidade. Em 2009 me mudei para o novo local, prédio próprio, com espaço para 120 lugares e desde 2005 já oferecendo almoços a la carte com churrasco e comercial.

.de Vista: Foi fácil ser patrão?
Odair: No início foi muito difícil. Eu era o pizzaiolo e chegamos a produzir 440 pizzas em um sábado, sendo que a maioria era entregue no Barreto. Eu tinha prática com comida mas não tinha experiência com a administração de um comércio. Faz muita falta cursos de capacitação para pequenos empresários. Meu irmão largou a sociedade e eu fiquei sozinho. Os motoboys diziam que eram roubados, mas na realidade davam golpe em mim dizendo terem sido assaltados levando as pizzas ou o dinheiro delas. Sofri muito, mas mesmo assim montei uma filial em Itaquá que ainda funciona. Hoje as entregas representam 70 % do faturamento da Mano’s, aprendi na raça.

.de Vista: Você já se envolveu com a política?
Odair: Sim, fui candidato a vereador em 2008 pelo PSB. Gostei da experiência, pois tive 312 votos, que é de se invejar. Tenho a intenção de defender o Parque Rodrigo Barreto, que é muito grande e carente e não tem nenhum representante legítimo. É uma maneira de agradecer o carinho que esta população teve comigo. Me aguarde em 2012. Perdi a batalha, mas não a guerra.

.de Vista: E você tem intenções em ampliar os negócios?
Odair: Sim, atualmente estou planejando aumentar o meu salão com mais 40 lugares para fumantes. Aguardem e verão. O Barreto tem muito por onde crescer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário