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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Coleta do lixo em Arujá

 CS Brasil, empresa responsável pela coleta e
transporte do lixo no município
  
   Segundo informações do Secretário de Planejamento de Arujá, João Vani Anunciato, o serviço de coleta e transporte de lixo na cidade é feito pela empresa CS Brasil, do Grupo Júlio Simões, de Mogi das Cruzes, a um custo de R$ 350.000 a 400.000 mensais (dependendo do volume coletado) e o contrato tem duração até o início de Novembro de 2012. Na gestão anterior o gasto mensal com a empresa Stralu (também do grupo Júlio Simões) era de R$ 251.500,00. Atualmente são utilizados 4 caminhões coletores de lixos domésticos com um total de 23 funcionários na sua maioria moradores em Arujá, com exceção dos motoristas, mecânicos e fiscais. A empresa também é a responsável pela varrição nas formas manual e mecanizada das principais avenidas que cortam a cidade, utilizando um total de 33 funcionários. A cidade “produz” um volume diário de 100 toneladas de lixo que são “despejados” nos aterros sanitários Pajoan em Itaquaquecetuba e eventualmente no Anaconda, em Santa Isabel. Quanto à coleta seletiva a CS Brasil disponibiliza um caminhão gaiola e entrega o produto à CORA para a triagem, que possui convênio com a Prefeitura de Arujá e custeia todas as despesas da entidade.

   A Secretaria de Saúde tem contrato com a empresa Pioneira Ambiental, de Suzano, para a retirada de todo lixo hospitalar. Arujá tem a operação “Cata Treco”, promovida também pela Secretaria de Saúde, onde um caminhão recolhe objetos de grande volume descartados pela população. Ações com relação à coleta de óleos e material eletrônico já são feitos no município, porém muito timidamente. E os entulhos, que também deveriam ser descartados em aterros legalizados, muitas vezes são jogados nas beiras das vias públicas. Parece simples o descarte do lixo, mas vamos procurar nestas poucas páginas mostrar que o problema é muito mais sério e que se não planejarmos outras opções as futuras gerações herdarão um problema muito grande.

   Segundo a legislação municipal (Artigo 9º da Lei nº 1.176/96), o lixo a ser recolhido deve ser acondicionado em embalagens plásticas e deixado em lixeiras próprias. O descumprimento dessa medida pode acarretar notificação e multa de até R$ 200,00.

   Deixar o lixo para ser retirado próximo ao horário de coleta é outra atitude importante e que contribui  para a limpeza pública. Por isso, os moradores devem atentar para os horários em que o caminhão de coleta passa em seu bairro e evitar que o lixo fique exposto por muito tempo, causando transtornos como sujeira em torno de sacos plásticos rasgados.
Coleta do lixo feita no período noturno 
  Veja abaixo o dia e horário de coleta de lixo domiciliar em seu bairro:

Período noturno (a partir das 18 horas):
Setor 1 (diário): Vila Pedroso, Pq. Nª Sra. do Carmo, Jardim Rincão, Residencial Santana, Jardim Ângelo, Jardim Albino Neves, Vila Flora Regina, Vila Lima I, Vila Lima II, Jardim Modelo, Center Vile, Vila Riman, Largos dos Barbosas
Setor 2 – Segundas, Quartas e Sextas-Feiras: Bairro Limoeiro, Jardim Via Dutra, Jardim São José, Jardim Planalto, Chácara São José, Jardim Renata, Vila Pilar, Vila Ferreira,
Setor 3 - Terças, Quintas-Feiras e Sábados: Jardim Fazenda Rincão, Nova Arujá, Jordanópolis, Jardim Vitória, Centro Residencial

Período diurno: Segundas, Quartas e Sextas-Feiras (a partir das 7 horas):
Setor 4: Mirante, Jardim Pinheiro, Hills 3, Chácara Copaco, São Bento, Parque Lucélia, Vista Alegre, Bairro Cachoerinha
Setor 5: Hills I e II, Arujazinho I, II, III e IV, Country Club, Condominio 5
Setor 6: Recanto Primavera, Jardim Cerejeiras, Sitio Fernandes, Jardim Emilia, Jardim Jóia, Jardim Tupi, Jardim Tupi, Parque Maringá, Centro Industrial, Jardim Yamamoto, Bairro dos Fontes, Bairro do Portão, Colinas Verdes

Período diurno: Terças, Quintas e Sábado a partir das 7 horas
Setor 7: Barreto Lado Esquerdo, Bairro do Pirituba, Fazenda Jaguari, Parque Ludovico, PL
Setor 8:  Barreto Lado Direito, Sitio Bananal
Setor 9: Vila Arujá, Jardim Santo Antonio, Bairro do Retiro, Penhinha, São Domingos, Bairro dos Canjicas, Bairro dos Correias

O que é?

   A coleta seletiva é a separação dos materiais recicláveis do restante do lixo. 
Os principais materiais recicláveis são: papéis, vidros, plásticos e metais.

Para onde vai?

   Todo material coletado em Arujá é destinado à CORA (Associação dos 
Catadores de Materiais Recicláveis de Arujá). A Prefeitura de Arujá firmou convênio em
2005 com a CORA. Na parceria, a entidade fica responsável pela 
destinação dos materiais recicláveis e também propiciando que o município exerça a
sua responsabilidade sócio-ambiental.

  Além de realizar projetos de educação ambiental, a CORA tem como 
princípio a inclusão social dos catadores do município. A Prefeitura construiu um galpão
no Centro Residencial que agora é a sede da cooperativa. Com o apoio da 
Secretaria de Educação que disponibiliza refeição diariamente aos catadores e
da Secretaria de Assistência Social que atende os associados com psicólogos e 
assistentes sociais o convênio entre a prefeitura e a cooperativa já é um
exemplo para os demais municípios.


   A CORA fica na Rua Ana Maria Moreira   Coronado, nº 80, Centro 
Residencial, telefone 4653-3310.

   Confira abaixo o roteiro da coleta (dia da semana, bairros e horários):

Segunda-Feira (Setor 01):

Das 7:00 às 8:00 horas: Jd. do Trevo, Jd. Planalto, Jd. São José e Chác. São José
Das 8:00 às 9:00 horas: Jardim Real, Arujamérica, Arujamérica (Gleba D), Vila Ferreira, Vila Pilar
Das 9:00 às 10:00 horas: Jardim Renata e Barbosas
Das 10:00 às 11:00 horas: Vila Riman, Jardim Modelo, Vila Lima I, Vila Lima II, Vila Flora Regina
Das 11:00 às 11:30 horas: Center Ville, Centro Residencial, Jardim Vitória
Das 11:30 às 12:30 horas: Jd. Albino Neves, Jd. Ângelo, Fujikokusai, Jardim Tangará, Jardim Rincão

Terça-Feira (Setor 02):

Das 7:00 às 8:00 horas: Limoeiro, Jd. Via Dutra, Pq. Jacarandás
Das 8:00 às 9:00 horas: Jardim São Jorge (Vertentes), Pq. dos Arantes, Jd. Josely (Trecho Arujá), São Bento
Das 9:30 às 10:30 horas: Chác. Vista Alegre, Chác. Copaco, Pq. Lucélia, Estância Pacaembu,
Granja Urupês (Trecho Arujá)
Das 11:00 às 12:00 horas: Mirante do Arujá, Jd. Pinheiro, Barro Branco
Quarta-Feira (Setor 03):
Das 7:00 às 9:00 horas: Pq. Rodrigo Barreto (Trecho 01) Av. Armando Colângelo à direita (sentido CENTRO/BAIRRO)
Das 9:00 às 10:00 horas: Bairro do Pirituba, Bairro Fazenda Velha, Bairro Morro Grande, Fazenda Jaguari,
PL do Brasil
Das 10:00 às 11:00 horas: Sítio Afaz, Sítio Camilo Alves, Bairro do Portão, Bairro dos Fontes,
Bairro do Tijuco Preto, Sítio dos Fernandes
Das 11:00 às 12:00 horas: Chác. Colinas Verdes, Jd. Nippon Club (Jd. Yamamoto)
Das 12:00 às 13:00: Centro Industrial

Quinta-Feira (Setor 04):

Das 07:00 às 08:00 horas: Primavera, Jd. das Cerejeiras, Sítio dos Fernandes, Jd. Leika, Jd. Emília
Das 08:00 às 9:00 horas: Jd. Jóia, Jd. Tupi, Jd. Cury, Jd. Maringá, Bairro Laranja Azeda
Das 9:00 às 10:00 horas: Pq. Nª Sª do Carmo, Vila Pedroso (Caputera), Jd. Fazenda Rincão, Pólo Industrial de Arujá
Das 10:00 às 12:00 horas: Cidade Nova Arujá, Jordanópolis

Sexta-Feira (Setor 05):
Das 7:00 às 9:30 horas: Vila Arujá (Pedra Fala), Jd. Santo Antonio, Tupã, Bairro do Retiro, Jd. Arujá
Das 9:30 às 11:00 horas: Bairro da Penha (Penhinha), Chácaras Alvorada, Bairro dos Correas, Estância São
Domingos, Estância Arujá, Bairro dos Canjicas
Das 11:00 às 12:30 horas: Chácara do Bananal, Pq. Rodrigo Barreto (Trecho 02) Av. Armando Colângelo à esquerda (sentido CENTRO/BAIRRO)
Muita gente sobrevive em função do lixo
   Nem todos se preocupam com o destino final do lixo. As pessoas imaginam que fazem a sua parte deixando o lixo na porta de casa para ser coletado pelos “lixeiros”. Além do lixo doméstico, ainda temos o lixo hospitalar, o lixo industrial, os óleos, o lixo eletrônico (pilhas, baterias de celular, aparelhos eletro eletrônicos), os restos de construção e os recicláveis.

   O contrato com a empresa CS Brasil prevê a coleta, o transporte e o descarte do lixo que a exemplo de outras cidades da região como Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano se utilizam do aterro sanitário Pajoan, na cidade de Itaquaquecetuba. Com uma área de 1.000.000 m², o aterro tem o compromisso de manter e garantir a higiene, desinfecção e a não poluição do local. Há alguns anos o aterro Pajoan foi interditado pela CETESB sob a alegação de não estar cumprindo as normas exigidas pelo órgão estadual de controle ambiental.É uma calamidade ficar sem ter onde depositar o lixo recolhido no município.

   Na realidade, aterros sanitários são como máquinas de escrever, já são coisa do passado, mas como os investimentos em usinas de lixo ainda são raros e as prefeituras não querem criar um colapso na coleta do lixo, esta situação vai sendo tolerada. E a que preço, pois além de ser caro, R$ 38,00 por tonelada despejada a céu aberto (preços de 2007) e ocupar grandes propriedades, é poluente, pois o lixo é enterrado e produz o chamado “chorume” que é o líquido escuro e turvo proveniente do armazenamento e repouso deste lixo. Sua composição química é variável, dependendo muito do tipo de depósito de lixo. A chuva provoca constantemente uma “lavagem” do lixo aumentando assim o volume do chorume. Esta água fica em contato com o lixo durante certo período e por ação natural da gravidade essa infiltração irá parar normalmente em uma camada impermeável do solo, como rochas,
ou mesmo superfícies previamente preparadas para receber o lixo, onde irá acumular e logicamente escoar.
 Isto é um lixão. É esta a melhor solução para 
o nosso lixo?
   A interdição da Pajoan ocorreu porque, segundo investigações do Ministério Público, o Aterro Sanitário de Itaquá recebia cerca de 2 mil toneladas de lixo por dia e estaria causando grandes prejuízos ambientais na cidade, despejando chorume diretamente nas bocas de lobo. Com isso estaria contaminando o lençol freático, além de não ter apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). O Aterro Pajoan já passou por outros graves problemas anteriormente. Entre eles, uma explosão que espalhou lixo em todo seu entorno, chegando a encobrir casas dos bairros que estão nas imediações. Naquela ocasião, o mau cheiro insuportável, bactérias e micróbios causaram problemas de saúde para várias famílias. Posteriormente houve readequações no aterro e ele continuou suas atividades sob vigilância da Cetesb.

   Nos lixões normalmente o chorume é canalizado para um reservatório, a céu aberto, onde a água vai evaporar e deixá-lo cada vez mais concentrado, causando inclusive precipitação de muitas substâncias. Em alguns depósitos, parte do lixo é separado em esteiras, onde são retirados materiais de valor comercial para reciclagem. A vida útil de um aterro sanitário é de cerca de 30 anos. Depois desse período vai sofrendo verificações podendo ter esse prazo prorrogado de acordo com o impacto ambiental que provoca.

   O Brasil chega a produzir 240.000 toneladas de lixo por dia. O brasileiro gera cerca de 800 gramas de lixo por dia (nos EUA é cerca de 2 kg/dia). O lixo médio anual de um brasileiro são 90 latas de bebidas, 2 árvores transformadas em papel, 107 frascos e garrafas em geral, 70 latas de alimentos, 45 kg de plástico e 10 vezes seu próprio peso em refugos domésticos.
Latinha de refrigerante: longe do seu correto 
destino, a reciclagem  de  metais
  O lixo é classificado nas seguintes espécies: hospitalar, comercial, industrial, agrícola, inerte (entulhos) e o urbano (domiciliar).

   O lixo hospitalar constitui-se de resíduos em geral de hospitais, farmácias, laboratórios, postos de saúde e clínicas veterinárias. Formado principalmente por seringas, agulhas, luvas, gases, bandagens, órgãos e tecidos removidos, filmes de raio X, medicamentos vencidos, enfim, todo tipo de material séptico potencialmente contagioso. Segundo informações da Secretária Municipal de Saúde, Dagmar Corato.

   Originado de estabelecimentos como bancos, escritórios, supermercados e lojas, o lixo comercial é composto principalmente por papéis e plásticos ligados diretamente com embalagens dos mais variados tipos, móveis e equipamento obsoletos. Já o lixo industrial é o tipo de lixo mais variado, podendo ir das cinzas até resíduos tóxicos como ácidos, fibras, borrachas, escórias metálicas, vidros e cerâmicas. Existem empresas especializadas na compra destes resíduos, onde os mesmos são reciclados, ou apenas separados e vendidos para outras indústrias.

   O lixo agrícola é composto por resíduos provenientes das atividades agrícolas ou pecuárias. Constituído basicamente por embalagens de herbicidas, adubos, estercos (quando em excesso), animais mortos e agrotóxicos. Este último sendo um dos mais preocupantes quanto ao reaproveitamento indevido de embalagens e danos ao ambiente. Asempresas fornecedoras já recolhem as embalagens usadas e implementam campanhas de educação no campo.
Acúmulo de lixo sobre a calçada
   O entulho de obra também é poluente e deve ser recolhido por empresas especializadas. “O preço do aluguel de uma caçamba é barato perto dos benefícios que traz para a natureza. A caçamba é cheia com todo tipo de resíduo da obra e após ser recolhida é despejada num transbordo autorizado pela CETESB na Avenida Mário Covas. Lá são separados os materiais a serem reciclados como os ferros, madeiras e plásticos. O entulho é enviado para a empresa PEPEC, em Itaquaquecetuba, também com todas as licenças ambientais”, explica o Sr. Genival Bertoglia, dono da Empresa EXPRESSO ENTULHO, localizada no Parque Rodrigo Barreto.
  
   O lixo urbano é o originado na vida diária das residências. Os principais constituintes são: jornais, revistas, restos de alimentos, embalagens em geral, plásticos, papel higiênico, fraldas descartáveis, pilhas, lâmpadas, enfim material do uso cotidiano. Este tipo de lixo normalmente não recebe nenhum tipo de tratamento específico. Vai para os grandes depósitos – lixões – onde será deixado para a decomposição, servirá de alimentação para ratos e urubus durante cerca de 60 dias. Após esse período será aterrado onde as reações envolvidas na fermentação irão gerar principalmente gás metano e o chorume. Uma pequena parte do lixo orgânico é preparado para a produção de fertilizantes naturais. Através de aterros, o lixo é deixado para decompor sob condições controladas, produzindo húmus.
 Cesta de ferro presa ao portão de uma residência
para colocar o lixo   
 
   Além de todos os tipos de lixo normal, que incluem a matéria orgânica do dia a dia, restos de alimentos, o material reciclável, entre outros mais comuns, podemos ainda citar alguns tipos de lixo que não despertam cuidados e podem causar grandes danos ao ambiente, principalmente por conter elementos químicos na forma iônica que são absorvidos e acumulados pelo organismo: cosméticos e maquiagem por conterem alumínio; lâmpadas, sendo que as fluorescentes possuem mercúrio,um metal pesado e tóxico que pode contaminar o solo e as águas; pilhas e baterias, que contém níquel e cádmio; pastilhas e lonas de freio, que contém amianto, altamente poluente; tubos de televisão, que contém chumbo; fertilizantes que são levados pela água da chuva para os rios e lençóis freáticos, poluindo as águas; óleos que são utilizados na culinária, que são altamente poluentes também.

Domenico Cunto


   As pessoas logo ligam os italianos a pizza e macarrão. Hoje sou dono de uma pizzaria, mas durante 31 anos trabalhei numa casa de ferragens na Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo, a Casa Nicola Gallucci onde me aposentei em 1989.

   Nasci no dia 11 de Novembro de 1937 numa linda cidade à beira do Mar Mediterrâneo chamada San Marco di Castellabate. Fica próxima a Napoli e mais ainda de Salerno. Tem paisagens maravilhosas, bem diferentes das do Brasil, como é obvio. Eu era criança quando teve início a II Grande Guerra e a Itália foi palco de muitas batalhas. Foi muito difícil para o povo italiano a reconstrução do país e eu com 16 anos resolvi arriscar e vim para o Brasil em 1954, onde já vivia o meu irmão mais velho e meus tios na Mooca, em São Paulo.

   Sem falar português, me empreguei como comissário de bordo em uma companhia aérea, a Real Aerovias, no Aeroporto de Congonhas, e logo depois passei pelas Indústrias Matarazzo, mas tudo isso por uns 3 ou 4 anos até que entrei na loja de ferragens do Nicola Gallucci.

   Quando ia para o trabalho me chamava a atenção uma garotinha, vizinha e muito linda, e eu sonhava um dia namorar com ela, só que ela era 9 anos mais nova. Se não tivesse me encantado por Ana Maria de Bartolo, talvez tivesse desistido de tudo e voltado à Itália, onde ainda estavam meus pais e quatro irmãos. Ana Maria tornou-se professora de matemática e nós nos casamos em 15 de Julho de 1967 e fomos morar na Rua Fernando Falcão, na Moóca. Nosso primeiro filho, Toni, nasceu em 25 de Maio de 1969 e resolvemos viajar à Itália nesse mesmo ano para que a minha família conhecesse a Ana Maria e o Toni. Em 17 de Janeiro de 1972 nasceu nossa filha Cristiane.

   Eu sempre visitava um primo em Arujá, o Carlo Di Cunto, pai da arquiteta Eliane e seu cunhado, Luiz Rosino. Eu adorava a cidade e comecei a sonhar com esta cidade para viver quando me aposentasse e acabei comprando em 1975 um terreno na Vila Pedroso. Em 1976 construímos uma casa e sempre vínhamos aos finais de semana quando reuníamos amigos para apreciar as deliciosas pizzas feitas por Ana Maria.

   Em 1988 o Toni começou a estudar Engenharia Mecânica na UMC e começamos a freqüentar mais a cidade, inclusive instalando uma barraca italiana na Festa das Nações para ajudar o Fundo Social da cidade. Na época o Geraldo Barbosa, que viria a ser prefeito, passava pela barraca e perguntava onde era a nossa pizzaria. Eu dizia que não tínhamos nenhuma pizzaria e ele dizia que tínhamos que instalar uma. Ele mandou fazer uma faixa com os dizeres: “BREVE INAUGURAÇÃO DA PIZZARIA SAN MARCO” e mandou colocar na barraca. Alguns amigos também incentivavam, como o Simão e Egle Bittar, e assim começamos a construir a pizzaria em 1988 com inauguração em 26 de Fevereiro de 1990.

   Acabamos nos mudando para a cidade em 1991. Eu e Ana estávamos aposentados, o Toni estudava em Mogi e a Cris, medicina em Taubaté.

   Fico muito satisfeito por viver em Arujá e por intermédio da pizzaria, que se tornou nosso meio de vida, conquistei muitos amigos.

   Um fato emocionante na minha vida foi quando em 2006 viajei à Itália onde todos os seis irmãos se reencontraram em nossa cidade, San Marco di Castellabate. Eu não via o meu irmão mais velho, que vive nos Estados Unidos, há 45 anos, e os demais desde 1988. Até o prefeito da cidade veio nos cumprimentar. Família é tudo em nossa vida. Adoro esta cidade e fiz dela o meu lar. Obrigado Arujá.

Benedito Valentino Araujo (Dito Fotografo)

Fachada da primeira loja do Dito Fotógrafo
   Eu sou Benedito Valentino Araújo, mas por esse nome pouca gente me conhece. Mas se eu disser Dito Fotógrafo, ou Dito Baltazar, aí a coisa muda de figura. Sou nascido nesta terra, na Penhinha, em 01 de Fevereiro de 1935. Meu pai, Francisco Baltazar, era carvoeiro, assim como muitos outros naquela época. As estradas eram de pedregulho ou lama quando chovia, não havia asfalto e poucos tinham caminhões para o transporte de carvão. Lembro do Dito Félix, do Alexandre Ribeiro, do Hussein Riman, do Júlio de Brito e do Dito Raimundo. Meu pai mudou do sítio para a cidade em 1940 para ser ajudante de caminhão do Hussein Riman. Minha mãe, costurava sacos de carvão. Fomos morar na Rua Major Benjamin Franco: meus pais, eu, meus irmãos Adamastor e Nelson e depois vieram a Ruth e o Chiquinho.

   Lembro que em 1945, no final da Segunda Guerra, os estudantes das escolas fizeram uma festa para receber os Expedicionários que serviram no Exército Brasileiro. Eram três aqui da região: o Carmelino, que morava na Penhinha, o Ernesto que morava no Tevó e outro de Santa Isabel, que não lembro o nome. Daquela época lembro também que onde hoje é o Posto de Saúde da Avenida dos Expedicionários, ao lado do Renê, era o terreno do Dito Raimundo, pai do Ditinho que trabalha na Prefeitura. Era uma espécie de pensão. Tinha uns quartos para os tropeiros que vinham de Nazaré Paulista e Santa Isabel em direção a Guarulhos para vender o gado. Naquela época, Arujá se resumia a três ruas: Estrada de Santa Isabel, Rua Major Benjamin Franco e Rua Rodrigues Alves, da Igreja Matriz. Naquela época o povo ficava sempre ansioso pelas festas religiosas: Festa do Divino, do Bom Jesus, em Agosto, do Menino Jesus, no Natal, e da Penhinha.
           
   Em 1946 teve início a construção do trecho da Via Dutra em Arujá e o meu pai foi trabalhar como motorista no DER (Departamento de Estradas de Rodagem). Eu era um garoto de 14 anos e também fui trabalhar, só que no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), como uma espécie de contínuo do Didi (Benedito Ferreira Franco), topógrafo (pai da dona Flora Franco Larini) e do Amaro Franco, pai do Paulinho e do Donizeti, da Padaria Praça dos Pães. Eu carregava água, piquetes para marcação da estrada, fazia de tudo. Depois eu enjoei do trabalho e fui ser mecânico com o Sr. Ângelo Franco, pai do engenheiro Tadeu. Logo voltei para o DNER e fui para o almoxarifado, para cuidar da distribuição de combustível. A diversão era ir de vez em quando até Santa Isabel com o João Godoy, o Milton Franco, o Gustavo, o Fausto Ferreira Franco. Nessa época nem luz elétrica tinha por aqui, o primeiro gerador foi do José de Paulo Simões que iluminava parte da Rua Major Benjamin Franco.
           
   Eu já tinha como hábito tirar fotografias e em 1960 os meus chefes descobriram esse meu talento e me convidaram para fotografar festas e obras do DNER. Logo passei a ser Relações Públicas, viajando todo o Estado fotografando inaugurações de obras e visitas de ministros. Mas nos finais de semana eu aproveitava para fotografar casamentos, aniversários, festas e batizados, e faturava. Consegui conciliar os dois serviços facilmente.
           
   Em 1966 me casei com Wanda Barbosa de Araújo, e fomos morar na Praça Benedito Ferreira Franco, 165. Faço fotos do povo arujaense desde 1957 e acredito que tenha em arquivo mais de 135.000 negativos. A posse do primeiro prefeito, Julio Barbosa de Souza, foi toda fotografada por mim. Depois era sempre convidado para fotografar eventos oficiais da Prefeitura, festas, bailes.
           
   Nunca gostei muito das câmaras digitais, sempre preferi as convencionais que uso até hoje.
           
   Em 1983 me aposentei do DNER e montei meu primeiro estúdio fotográfico, se é que se podia chamar assim, pois o que eu mais fazia era fotografias 3x4, na Praça Benedito Ferreira Franco, no número 175, onde iniciou o Era Despachante do Oswaldo Barbosa Coutinho.
           
   Gosto muito de filmes e me inspiro neles. Ao ver um filme sempre sonhava em ter o carro ou a casa igual ao ator e lutava para realizar esse sonho.
           
   Tenho três filhos: Ana Paula, Ana Lúcia e Rodrigo, que trabalha comigo. Mas por enquanto só tenho uma neta, a Tarsila.
           
   Hoje só tiro fotos por hobby quando viajo com a Wanda para Poços de Caldas ou Campos do Jordão, mas continuo trabalhando muito....e somando, o que a juventude de hoje não faz.
           
   Fotografei muitos eventos dos prefeitos e digo uma coisa: o prefeito com mais visão foi o François, basta ver a largura da Avenida João Manoel, projetada por ele, em relação à Antonio Afonso de Lima. Com relação ao atual prefeito Abel Larini, digo que é o maior administrador entre os prefeitos do Alto Tietê. Sai muito cedo de casa e quando chega no Governador diz: “Eu quero isso”, e é atendido. É bom construtor porque tem muito bom relacionamento com os políticos estaduais e federais. Adoro esta terra e espero preservá-la para as futuras gerações com responsabilidade.

Conjuntivite

Olho com conjuntivite 

   A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Pode atacar os dois olhos, durando de uma semana a quinze dias e não costuma deixar sequelas. Podem ser ocasionadas por fatores alérgicos, irritativos ou infecciosos e cada um deles necessita de tratamento específico. O olho torna-se vermelho, edematoso, lacrimejante, com sensação de corpo estranho, às vezes com secreção. A doença é relacionada aos hábitos de higiene dos indivíduos. Pode ocorrer também em animais.
           
   Em 2011 ocorreu um grande surto de conjuntivite no Estado de São Paulo. Somente a cidade de São Paulo registrou mais de 119 mil casos no primeiro trimestre. Em Arujá muitos habitantes também sofreram com a conjuntivite.

Tipos

Infecciosa

   A conjuntivite infecciosa é transmitida, mais freqüentemente, por vírus, fungos ou bactérias e pode ser contagiosa. O contágio se dá, nesse caso, pelo contato. Assim, estar em ambientes fechados com pessoas contaminadas, uso de objetos contaminados, contato direto com pessoas contaminadas ou até mesmo pela água da piscina são formas de se contrair a conjuntivite infecciosa. Quando ocorre uma epidemia de conjuntivite, pode-se dizer que é do tipo infecciosa.
           
   É muito comum em escolas, local de trabalho, consultórios médicos, ou seja todo local fechado, com contato íntimo entre pessoas. O tratamento consiste na utilização de compressas frias, vasoconstritor tópico e lágrimas artificiais. A propagação do vírus dura até 14 dias após o início dos sintomas.
           
   A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por ser purulenta. São tratadas com antibióticos. A conjuntivite fúngica é mais rara de ocorrer. Geralmente acontece quando uma pessoa é acidentada com madeira nos olhos ou utiliza lente de contato.

Alérgica

   A conjuntivite alérgica é aquela que ocorre em pessoas predispostas a alergias (como quem tem rinite ou bronquite, por exemplo) e geralmente ocorre nos dois olhos. Esse tipo de conjuntivite não é contagiosa, apesar de que pode começar em um olho e depois se apresentar no outro. Pode ter períodos de melhoras e reincidências, sendo importante a descoberta da causa da conjuntivite alérgica.
           
   É benigna por não envolver a córnea. Ocorre geralmente em regiões de clima mais frio. O alérgeno mais comum é o pólen. A conjuntivite papilar gigante é causada, sobretudo, por uso de lentes de contato.

Tóxica

   A conjuntivite tóxica é causada por contato direto com algum agente tóxico, que pode ser algum colírio medicamentoso ou alguns produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais. Alguns outros irritantes capazes de causar conjuntivite tóxica são poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo. A pessoa com conjuntivite tóxica deve se afastar do agente causador e lavar os olhos com água abundante. Se a causa for medicamentosa é necessário a suspensão do uso, sempre seguindo uma orientação médica.

Medidas de prevenção e controle

   Lavar as mãos frequentemente; evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias; lavar com frequência o rosto e as mãos, uma vez que estas são veículos importantes para a transmissão de microrganismos patogênicos; não coçar os olhos; aumentar a frequência com que troca as toalhas do banheiro e sabonete ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos; trocar as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise; não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza; evitar contato direto com outras pessoas; não ficar em ambientes onde há bebês; não usar lentes de contato durante esse período; evitar banhos de sol; evitar luz, pois essa pode fazer com que o olho contaminado venha a doer mais.

Tratamento

   Para melhor poder diagnosticar a causa da conjuntivite, é de todo aconselhável a ida a um serviço de urgência oftalmológico, onde o médico poderá retirar uma amostra  das secreções purulentas produzidas pelos olhos, que será analisada a nível bacteriológico, fungal e viral na tentativa de descobrir qual o agente causador da conjuntivite.

   É utilizado gaze e água filtrada ou mineral, ou ainda soro fisiológico, para limpar as casquinhas que se formam em volta do olho. Água boricada não é mais indicada pelos médicos para esse tipo de tratamento.

   Não deve ser tocado com a superfície das embalagens no olho ou pálpebra quando da aplicação, para evitar a contaminação das soluções (colírios e pomadas);

   No caso do agente causador, o médico poderá prescrever um tratamento com antibiótico (em caso de bactérias), antifungo (em caso de fungo) ou antiviral (em caso de vírus), que será diferente consoante o tipo e o grau de resistência do agente que causa a doença.

Rua Anacleto de Jesus Ferreira - Arujamerica

Anacleto de Jesus Ferreira

   Anacleto nasceu na Bahia, na cidade de Jacobina, em 14 de Julho de 1922. Lá já era tintureiro e foi trabalhar numa lavanderia na cidade de Itaquara onde conheceu sua esposa Enedina Souza Ferreira. Recém casados mudaram-se para São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo.

  O Anacleto também tinha outra profissão, era cortador de pedra. Cortava para pedreiras esses paralelepípedos dos calçamentos das ruas. Em 1960 foi contratado pela pedreira do Sr. Narciso e veio com a família trabalhar em Arujá. Já tinha os filhos Arlindo e Raolinda e aqui nasceu a caçula, Angelina. Para ajudar o marido a Enedina lavava e passava roupa e assim fez sua clientela na casa onde moravam no final da Rua Major Benjamin Franco, numa viela chamada de Beco do Povo. Durante o dia o Anacleto trabalhava na pedreira e à noite ajudava a Enedina com as roupas.

     Em 1969 montaram a Lavanderia Bom Jesus na   rua Major Benjamin Franco e o Anacleto resolveu se dedicar somente às roupas. Mas o mês de Agosto de 1971 mudou a vida desta família.. Era uma Quarta-feira, dia 25, e o Anacleto passou na casa do ex-prefeito Benjamin Manoel (Beijo) para retirar algumas roupas pois sua filha Eunice iria se casar no sábado. Passou na lavanderia, deixou as roupas e foi fazer um jogo de loteria. Ao cruzar o rio Baquirivu que passava no final da rua Martins Fontes, sentiu-se mal e caiu, nos fundos da casa do Sr. Oswaldo Barbosa Coutinho. Era final do dia e a família ficou desesperada. Todos na cidade o procuraram em vão. Pela manhã algumas crianças viram aquele homem caído e avisaram o primeiro adulto que encontraram. Era o advogado Dr. Élcio Cordeiro dos Santos que ainda socorreu Anacleto com vida. Ao ver Enedina ainda disse suas últimas palavras: “Eu cai, bati a cabeça e não pude levantar”. O então prefeito Beijo providenciou uma ambulância para levá-lo para Mogi das Cruzes, mas não puderam salvá-lo, pois havia sofrido um derrame cerebral vascular.

     Muita gente deu apoio à Enedina, pois viúva tinha que criar seus três filhos de 16, 15 e 11 anos: o Beijo e a dona Terezinha todo dia traziam leite, os vizinhos dona Odete, dona Cida e muitos outros traziam serviço para que ela pudesse sobreviver. Ela não queria que dessem dinheiro, mas sim ganhá-lo com seu trabalho. Assim criou seus filhos e há 42 anos está no mesmo lugar com sua lavanderia.

      Em 1985 o então prefeito Toninho da Pamonha, através do Decreto nº 1.195,  homenageou o Anacleto dando seu nome à rua onde a família mora.